Constantemente
afirmamos com toda certeza que vivemos em uma sociedade democrática após o fim
da fase de autoritarismo, mas será que vivemos mesmo em uma sociedade democrática
ou essa democracia que tanto falam não passa de uma mera classificação? Bem, por
democracia compreendem a existência de eleições, há divisão da republica dos três
poderes e também há liberdade de expressão e pensamento. Por autoritarismo, compreende
um regime de governo no qual o Estado é ocupado por meio de um golpe, não
existe eleições muito menos partidos políticos, o pensamento e a expressão são censurados.
Pois
bem irei apresentar fatos que comprovam que vivemos em um autoritarismo social e
não em democracia. Vivemos em uma sociedade autoritária pelo fato de existir hierarquia,
as pessoas são divididas em posições, as inferiores são as que deve obedecer e
as superiores são as que mandam, não existe prática de igualdade como um direito,
nossa sociedade é autoritária pelo fato de ser violenta, vigora o machismo, a discriminação,
desigualdades, exclusões tanto culturais como politicas.
A verdade
é que o autoritarismo social e também as distinções econômicas acabam fazendo
com que a sociedade brasileira permaneça polarizada em meio às deficiências das
camadas populares e os objetivos das classes argentárias e influentes, sem conseguir
exceder deficiências e interesses e obter a esfera dos direitos.Os
interesses, uma vez que não se transformam em direitos, acabam transformando-se
em regalias de muitos, sorte que a polarização social se executa dentre os
despossuídos e os privilegiados. Estes, já que possuem capacitação, são os “adequados”,
incumbindo o comando da sociedade.
Agora
vemos a questão de que a democracia é invenção e garantia de direitos então uma
vez que nossa sociedade é dividida dentre a carência e o privilégio, não tem a
capacidade de ser democrática, uma vez que não encontra elementos para que isso
ocorra. Essas determinações sociais aparecem na esfera politica, ao invés de
democracia, apresentamos instituições decorridas dela, entretanto atuando de maneira
autoritária.
Dessa
forma, por exemplo, os partidos políticos habituam ser de três tipos: os clientelistas,
que sustentam favores com seus eleitores, os vanguardistas, que suprem seus
eleitores pela ambição dos chefes partidários, e os populistas, que agem com seus
eleitores iguais a um chefe de família, cuidando de seus filhos pequenos. Benefícios,
trocas e paternalismo confirmam que o exercício da participação política por
meio de representantes, não consegue se concretizar no Brasil. Os representantes,
ao invés de desempenhar a delegação que lhes foi concedida pelos representados,
aparecem como diretores, mandantes, retentores de benefícios e poderes, reprimindo
os representados, transformando-os em meros clientes que ganham favores dos
mandantes.
E com isso vemos que a democracia em nossa
sociedade está longe de existir, o que temos é uma grande ilusão, um
autoritarismo social escondido por cima da imagem de democracia, nem eleitores
se quer realmente somos, o que somos é meros votantes que apenas estamos disponíveis
para dar o voto para qualquer um que
atenda nossos interesses.
Referência
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000.p.563-565.
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