sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Vivemos em democracia ?


Constantemente afirmamos com toda certeza que vivemos em uma sociedade democrática após o fim da fase de autoritarismo, mas será que vivemos mesmo em uma sociedade democrática ou essa democracia que tanto falam não passa de uma mera classificação? Bem, por democracia compreendem a existência de eleições, há divisão da republica dos três poderes e também há liberdade de expressão e pensamento. Por autoritarismo, compreende um regime de governo no qual o Estado é ocupado por meio de um golpe, não existe eleições muito menos partidos políticos, o pensamento e a expressão são censurados.

Pois bem irei apresentar fatos que comprovam que vivemos em um autoritarismo social e não em democracia. Vivemos em uma sociedade autoritária pelo fato de existir hierarquia, as pessoas são divididas em posições, as inferiores são as que deve obedecer e as superiores são as que mandam, não existe prática de igualdade como um direito, nossa sociedade é autoritária pelo fato de ser violenta, vigora o machismo, a discriminação, desigualdades, exclusões tanto culturais como politicas.

A verdade é que o autoritarismo social e também as distinções econômicas acabam fazendo com que a sociedade brasileira permaneça polarizada em meio às deficiências das camadas populares e os objetivos das classes argentárias e influentes, sem conseguir exceder deficiências e interesses e obter a esfera dos direitos.Os interesses, uma vez que não se transformam em direitos, acabam transformando-se em regalias de muitos, sorte que a polarização social se executa dentre os despossuídos e os privilegiados. Estes, já que possuem capacitação, são os “adequados”, incumbindo o comando da sociedade.

Agora vemos a questão de que a democracia é invenção e garantia de direitos então uma vez que nossa sociedade é dividida dentre a carência e o privilégio, não tem a capacidade de ser democrática, uma vez que não encontra elementos para que isso ocorra. Essas determinações sociais aparecem na esfera politica, ao invés de democracia, apresentamos instituições decorridas dela, entretanto atuando de maneira autoritária.

Dessa forma, por exemplo, os partidos políticos habituam ser de três tipos: os clientelistas, que sustentam favores com seus eleitores, os vanguardistas, que suprem seus eleitores pela ambição dos chefes partidários, e os populistas, que agem com seus eleitores iguais a um chefe de família, cuidando de seus filhos pequenos.   Benefícios, trocas e paternalismo confirmam que o exercício da participação política por meio de representantes, não consegue se concretizar no Brasil. Os representantes, ao invés de desempenhar a delegação que lhes foi concedida pelos representados, aparecem como diretores, mandantes, retentores de benefícios e poderes, reprimindo os representados, transformando-os em meros clientes que ganham favores dos mandantes.

E com isso vemos que a democracia em nossa sociedade está longe de existir, o que temos é uma grande ilusão, um autoritarismo social escondido por cima da imagem de democracia, nem eleitores se quer realmente somos, o que somos é meros votantes que apenas estamos disponíveis para dar o voto para  qualquer um que atenda nossos interesses.

Referência
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2000.p.563-565. 

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